segunda-feira, 9 de maio de 2011

Piedade de nós

Piedade, quando matar de fome a esperança das crianças.
Quando chutares os sonhos, junto com a bola,
Piedade.
Dos homens que na seca pelejam,
E voltam sem nada nas mãos, e tantas outras só regressam com calos.

Ao  moleque que aponta  todos os dias armas ao invés de lápis de cor,
Piedade.
Ao abrir a janela procurando o barulho do rouxinol
Deparo-me com balas
Piedade,
Pois a bala não é nada doce.

Piedade das meninas vendendo o corpo
Trocando Narizinho,
Por uma dose de cachaça
Piedade, pois é dose.

Piedade, pois falta  pão até para o diabo amassar.

Piedade, quando disseres que o que é do homem
O bicho não come.
Sim, não come, pois bem que o bicho é o homem.

6 comentários:

  1. Nesse mundo tão estranho e assustador, nós quase não podemos fazer nada.
    Tanta violência, destruição, dor.
    Bela poesia!
    :)

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  2. nossa muito angustiante eesse texto

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  3. Vamos pedir piedade: Senhor, piedade. Nos dê grandeza e um pouco de coragem. ♪

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  4. Gostei muito de como usou as palavras em seu post, parabéns. Continue com sua reflexão!

    Aguardo o seu comentário =)
    Beijos, e boa tarde!

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  5. Excelente, esse é o espírito Édito! :]

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  6. to seguindo
    segue o meu...

    http://euachoqueusimplesmentenaosei.blogspot.com/

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