segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Travinha da vida

Eu que subia nos pés de acerola
Fazia careta de quando era verde
Eu quem pulava na terra quente
Eu quem cheirava o mormaço e ficava doente.

Eu quem chupava manga
Eu quem podia mangar
Eu que corria da Vó
ela que corria pra cá
Eu quem me atrepava nas coisas.

A goiabada era boa
A chuva era boa
O pão bem quentinho
A água geladinha.

Não me definiam na travinha
Nem era menina, nem era menino.
Talvez porque não tínhamos uniformes?
Nem sei!

Eu quem apanhava todas as flores no caminho da volta
E caminho da ida também
Mas não sabia dos seus nomes
“rosas, lírios, margaridas”.
Sei lá!