Eu que subia nos pés de acerola
Fazia careta de quando era verde
Eu quem pulava na terra quente
Eu quem cheirava o mormaço e ficava doente.
Eu quem chupava manga
Eu quem podia mangar
Eu que corria da Vó
ela que corria pra cá
Eu quem me atrepava nas coisas.
A goiabada era boa
A chuva era boa
O pão bem quentinho
A água geladinha.
Não me definiam na travinha
Nem era menina, nem era menino.
Talvez porque não tínhamos uniformes?
Nem sei!
Eu quem apanhava todas as flores no caminho da volta
E caminho da ida também
Mas não sabia dos seus nomes
“rosas, lírios, margaridas”.
Sei lá!