A existência fez do meu rosto retratos
Dos quadros que estão trincados
E das fotos soltas, falta de álbum.
O tempo agarrou os meus seios,
Mordeu-os
Sugou a vida dos filhos que nunca tive.
Deixou-lhes murchos.
A existência se atracou de minhas pernas
De tal roçar qual cão em cio infinito
A existência pateia minhas cochas.
E nas suas quatro patas,
Monta-me, alucinada.
S’eu rosnar, s’eu roçar, s’eu trepar.
A existência me traçou
E meu aborto é depressa.
A existência ponteia meus textos.
Vírgula.
O tempo pausa meu tempo
A vida para minha vida
A existência
Existe
Noutra
Essência.