domingo, 5 de setembro de 2010

Eva



Gosto de maça carmesim
De um lírio branco cai à cor do crucificado
De joelhos pedes perdão defronte ao calvário.

      A mulher grita
     És pecadora
    És adúltera
    És expulsa
    És mulher.

Na carne cicatrizes de desejos reprovados
Camuflam-se em bruma alma
Cale-se, perante teu Deus!
Ajoelhe-se, defronte ao Diabo.
E o ventre jorra sangue
O sangue do suicídio
Entre o cárcere do jardim florido.
Pecas, para sentir o sabor da faca enfiada ao espasmo.


   És mulher sem ventre
   És sem alma
  És fujona
  Escrava.