sábado, 20 de novembro de 2010

Por qual não vale um conto.

Contrair emoção, regatar os amores ilimitados de mendigos que veze quando precisam de pão e leite. Vou contraindo minhas unhas dobrando os dedos como se fosse socar alguém com as duas mãos, às veias do pulso com a força que fiz quase pularam para fora, minhas unhas  perfuram a  parte central das minhas mãos, no local que  ficam linhas da vida. Tentei apagar meu destino, molde do destino, o que queira chamar. Fechei minhas pálpebras, meus seios quentes e maternais jorraram leite, leite de um feto abortado, jorrando à  falta da fome. Corri a árdua travessia da porta para o sofá, que me fez relembrar uma navegante na maré vermelha, talvez seja aquelas toxinas liberadas, fico pensando, tudo tende a sangrar, e tudo que sangra existe um  culpado por tal ato. Proliferação, planctônicas. Leite materno. Ciclo embrionário, morto pelo enforcamento de um cordão umbilical.
Morte? Fascínio de escritores, musa da filosofia, falamos de morte, porque amor é limitado. E porque todos nós temos sede de existência, sede de amor passa com água. Sede de vida? Sede de vida não passa, temos medo da morte só depois que ganhamos à vida. Mas, nascemos de morte. Sei que é uma idéia assustadora. Tenho insetos no meu cérebro, gafanhotos e vaga lumes. Sou uma mulher que retorna tragicamente para vida, ou, sou uma mulher substituta, substituo dores de homens pelo fascínio do meu corpo, substituo suas frustrações por anarquismo psicológico, vou me substituindo, condensando, sublimando. Porque como a cobra, depois de certo tempo com o mesmo couro, ela começa a feder.