O pacto
noite-clara, com perfume que só olfatos mais aguçados conseguem sentir seu cheiro. Tenho leves lapsos de sonhos, sonhos?Ou variação de pensamento?Até onde acaba o pensamento e começa um sonho?Às vezes acho que sonhos não existem não aqueles de forma automática que acontecem do nada. ”Sonhos de loteria”. Que aparecem números para serem apostados com esperança. Creio que sonhos são apenas pensamentos diários, quando não temos álibis,”sonhamos”. Sonho é desperdício, pois sempre acordaremos na posição que paramos com o real.
Estou com um pouco de dor, dor-jejunal. Não me falta fome, pois a tenho, o que me falta é coragem, sendo que a mesa não estar posta, e eu teria que preparar o desjejum com minhas próprias mãos. Por isso fico deitada, esperando a fome passar.
Estou crua, e o vento bate em minhas costas que se arrepiam. Estou crua, crua de sentimentos. Não se confunda, pois não é vazio. Vazio é um grande nada. Você já viu lágrimas vazias?Eu já às vi e não gostei. Crua como um filhote dentro de um ovo, quase quebrando a casca, mas não querendo sair do ovo. Crua como uma semente que começará a fincar suas raízes na terra.
É inútil, tento fazer minhas palavras compreensíveis. Mas como?Se nem eu as entendo. Você já viu quando uma criança acaba de conhecer um estranho?O jeito que ela analisa-o, olhos arregalados, comendo cada gesto que você fará. Estática. Analise crua, psicologia de criança. Estou tal como uma. Olhos arregalados comendo seus gestos. Sacie-me!
Manuseio um prego e um martelo, batendo com força, cravando minhas palavras em uma parede. As pessoas tendem a ficar nulas, debaixo de suas quatro paredes brancas. Eu confesso minha vida nelas. Essas mesmas pessoas sentem aroma até em flor postiça.
Pelo que disse, excomungaram-me. E agora sofro por minhas confissões coletivas. Minha pele está sendo trocada a sangue frio, querem que nasça no seu lugar uma mais delicada, e sensível a toque humano. Começa a reencarnação de um corpo ainda vivo. E agora o que resta?Um bebê faminto enrolado em um cordão umbilical. E uma missa de sétimo dia.
Estou com um pouco de dor, dor-jejunal. Não me falta fome, pois a tenho, o que me falta é coragem, sendo que a mesa não estar posta, e eu teria que preparar o desjejum com minhas próprias mãos. Por isso fico deitada, esperando a fome passar.
Estou crua, e o vento bate em minhas costas que se arrepiam. Estou crua, crua de sentimentos. Não se confunda, pois não é vazio. Vazio é um grande nada. Você já viu lágrimas vazias?Eu já às vi e não gostei. Crua como um filhote dentro de um ovo, quase quebrando a casca, mas não querendo sair do ovo. Crua como uma semente que começará a fincar suas raízes na terra.
É inútil, tento fazer minhas palavras compreensíveis. Mas como?Se nem eu as entendo. Você já viu quando uma criança acaba de conhecer um estranho?O jeito que ela analisa-o, olhos arregalados, comendo cada gesto que você fará. Estática. Analise crua, psicologia de criança. Estou tal como uma. Olhos arregalados comendo seus gestos. Sacie-me!
Manuseio um prego e um martelo, batendo com força, cravando minhas palavras em uma parede. As pessoas tendem a ficar nulas, debaixo de suas quatro paredes brancas. Eu confesso minha vida nelas. Essas mesmas pessoas sentem aroma até em flor postiça.
Pelo que disse, excomungaram-me. E agora sofro por minhas confissões coletivas. Minha pele está sendo trocada a sangue frio, querem que nasça no seu lugar uma mais delicada, e sensível a toque humano. Começa a reencarnação de um corpo ainda vivo. E agora o que resta?Um bebê faminto enrolado em um cordão umbilical. E uma missa de sétimo dia.