quarta-feira, 23 de março de 2011

O rei, o bicho e o vício.

São as palavras que me devastam, o meu vício por elas, como charuto ao Burguês, ou cocaína ao traficante.

Eu, homem vil, vivo no subúrbio perseguindo virilhas e heroínas. Poetizando e titicando minhas noites com as putas, elas sempre tão adocicadas, abrindo suas pernas, mulheres, sempre arreganhando suas pernas para nós, homens, que fomos concebidos por elas,  escancaradas pernas ao nascer, e por estas mesmas escancaradas coxas roliças vamos falecer.


Eu que não uso essas mulheres, sou empregado, abusado, estrupado por todas, e não me esqueço dos quadris, e os seios que dantes eu segurava  arfando, e que tive a mazela de partir.


Sou eu um homem, que antes escravo sonhava com a liberdade, agora, entrego-as o tronco e o chicote.
Pudera eu espalhar meu coração, tal como posso espalhar meus espermas. Pois sempre deixo uma a chorar, e meus caminhos não são os de João e Maria, não marco com pedacinhos de pães. Vou e me perco.


 “És tu o homem que abre o zíper, e fecha o peito”. Esse sou eu, só não venha aqui, senhora, culpar-me de mentir. Pois há demônios em padres, e em todos os demônios têm um pouco de vigário.
Um dia da caça é outro do caçador, pois caçar dor é tudo que aprendi.  E deixo-as, para que fiquem com saudades. Tenho necessidade que penses em mim todos os santos e demoníacos dias.


Não sou do coração vasto. Vasto nem é meu coração. Suspeito eu que o tenha, pois gosto dos seios, não do peito delas, gozo por bundas, e não por suas conquistas de março. E o que me fascina é o cheiro que emana do ventre, e não é pelo discurso clichê de que vós podeis gerar vida, é pelo odor de ser macho e procurar reprodução, no dito, sexo.

 Sim, confesso, eu sou errado, tu és errada, nós, vós e eles, só sabemos sugar e sugar, até enchermos nossas barrigas e vomitar e defecar, depois mascaramos com a desculpa de nós sermos “humanos”.  Quem é humano aqui?

 Bactéria, macaco e homem, que evolução...

Mas cabe aqui, minha humilde confissão, eu-homem-Poros, astuto e engenhoso, cabe a mim o destino de se apaixonar por Penúria, que penar! E eu-homem-Eros, sou faminto e sedento de amor, invento mil astúcias para ser amado e satisfeito, ficando ora maltrapilho e semimorto, ora rico e cheio de vida.