Não sei porque corro tanto, pois sempre acabo apanhando o último trem. Os últimos vagões vão sempre lotados, lotados de pessoas vazias, afinal ser vazio é estar cheio. Tenho medo da estrela candente que me faz brilhar os olhos, em segundos ela vai-se embora, meu pedido? Para que ela fique. Queria poder tocar o céu, o céu não tem semáforos, nos céus não existem engarrafamentos, só os engarrafamentos das nuvens. E todas as coisas que não vi? E todos os sons que ainda não escutei? Vão-se todos se eu me for? Quem sabe eu possa levar alguma coisa disso tudo... terra? Um dia foi-se e você nunca saberá.