É de dar voltas sobre os pastos, e as folhagens secas, uma nostalgia tam profunda que ignota uma fonte que abastece nos tempos de estiagem.
É por ti ter, Senhora, que seguro o chapéu mesmo em furacão, que seja teu o meu coração. Naufragando nas terras secas. Vistes que nem sou poeta, não te encanto aos contos, não a beijo em poemas, não lamento te faltar tremas. Verbos que não sei conjugar. Por qual é de você que degusto os olhos de tam belas que é, foges de mim aos burros como uma Hégira. Foges para quando sentir-me que sou seu venha querer ficar. Tem minha cabeça, São João Batista na sua bandeja, Salomé.
Mesmo que volte à seca do quinze e minhas terras estéreis fiquem, saibas que das minhas mãos tens meus pés.
Um encanto e me comove os olhos, um amor que grunhi, cavalga e que foge aos padrões de lenha na fogueira, é uma queimada na selva dessas que explode os calcanhares, devoras árvores.
E como eu a encontrei?
Descia formosa, vaga como um caracol, um deslumbre que os zéfiros encostavam lentamente sobre teus cabelos de linhagem fina, devias tu cheirar alvorecer. Dessas manhãs fidalgas que exala lente quente, uma virgindade na pele quase transluziu, tornei-me cravo, girassol, lírios para te contemplar, para te igualar, te guardar. Tudo por um balanço de quadris que Afrodite nenhuma faria igual. Tu conseguias a arte de pausar o balanço das árvores, que inferno é amar demais, pegarei meu cavalo e sorrindo encontrarei meus pecados. Se tu ficaste, fincaste.
Finca tua bela mão dentro do meu corpo, arrancas meu coração e grita como se descobrisse terras, terras nunca outrora descobertas, descobridora! Iça tua espada e batize-me com teu nome de Santa.
Quero me prender, quero me libertar, quero voar no oceano! Quero o prazer dos prazeres, sentir doce e salgado na mesma carne. Isso tudo me arde os ossos, quebra-me ao meio, imaginação impiedosa de um pobre cangaceiro ateu.
Deus que fizeste essa mulher da minha costela. Agora, me colocastes na sua frente para que eu pudesse recuperar o osso perdido. Fazer-me inteiro, homem completo. Digo-te que já não tens volta, devolva-me o que eu te dei.
Moça deixa esse teu céu um pouco de lado, essas tuas nuvens que não a deixa se ferir, deixa de querer ser tão imaculada, dá-me sua mão que no meu cavalo cabe mais um.
Perfeito! <3
ResponderExcluirE agora sim consegui entender a imagem, aheuheuee.
"Moça deixa esse teu céu um pouco de lado, essas tuas nuvens que não a deixa se ferir, deixa de querer ser tão imaculada, dá-me sua mão que no meu cavalo cabe mais um."
ResponderExcluirQue lindo!!!
Amei o jeito que tu escreves!!
bjos
Tem um tom nostálgico, soa assim para mim ao menos, nas suas postagens, que gosto muito.
ResponderExcluirabç
Pobre Esponja
ual, escreve muito bem hein? adorei as obras de arte tbm :-), vou seguir, dá uma olhadinha no meu tbm?
ResponderExcluirhttp://eu-moda.blogspot.com
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