quinta-feira, 18 de julho de 2013

Velho

Sentou-se no ônibus, seu bafejo emanava sobre a janela que embaçava paisagem. Uma cobertura de fumaça e o sopro de cachaça era o que no final do dia se habituara.  A realidade é a coisa mais dura sobre os olhos de um velho bêbado.  Sentia falta de plantar feijões no copo. Dormia sobre os golfos das lembranças do Nepal.  Os graves das gargalhadas são dessas coisas que mudam quando a carcaça do corpo envelhece.  O ônibus corre tanto nessa avenida escura e eu não tenho pressa alguma. A minha vontade é de continuar rodando por entre os becos e as ruas sujas dessa cidade, pernoitando sobre as pernas das prostitutas e admirando a bruma da lua.

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