domingo, 19 de dezembro de 2010

Xadrez

                                                            Pelo oxigênio que fere os pulmões.
Jazem doze dias que não escrevo e tudo que eu posso oferecer é um circo de palavras rolantes e extrínsecas e, aquele CD arranhado que repete o pior refrão, como foi meu dia hoje?
É preciso coerência de tema para escrever sobre seus sentimentos? Machucar em nome da arte, isso é válido? Falar sobre morte na literatura não vai te fazer morrer de verdade. Quando se pratica homicídio se morre duas vezes, alma e corpo. Não é um depressivo que vos fala, nem teorias aleatórias de uma  psicologia behaviorista  barata, culpo minha mão que de palhaça tateia cortantes palavras sobre meu corpo. Não se manda nos cinco sentidos, que fique bem claro.
Apago e escrevo apago e escrevo. Uma fermata de dores e delírios, não ficou bom, bom pra quem? Saberia tu analisar os sentimentos alheios? Tu  terias cicatrizante analises? Não discorde comigo leitor, nem sempre discordar o fará ter personalidade, discordas quando teu sentimento ferir o meu, e deixe que eu mesma te ofereça minhas mãos, não há algo mais perigoso e funesto que elas.
Sei que à maioria aqui prefere ouvir de mim contos, contos de penúria ou vezequando de um amor puro e universal. Contos, porque raios-X nenhum detecta enfermidade ou doenças nos ossos, os humanos não aceitam ver pelos próprios olhos suas almas podres, sabonetes são usados para disfarçar o odor do corpo virgem. Vivemos na sociedade do brio, que o amor próprio lubrifica os olhos. Morreremos, pois não sabemos diferenciar problemas cardíacos com os sentimentos de paixão, deixes tu leitor de se apaixonar por seus pés, olhar para o lado é a solução para não morrer atropelado.
Não seria mais fácil se quando quiséssemos entrar em casa, chorássemos, latíssemos, arranhássemos nossas patas na porta de madeira, no entanto fazemos de conta que não importa, o nosso orgulho é um ponto do alfinete. Só se morre de orgulho se você o engolir. Somos tão parecidos com os nômades, somos nômades; chegamos à  um local rico em verdes, natureza suntuosa, lagos imaculados, absorvemos tudo, nos  lambuzamos, e depois? Fugimos e  nos refugiamos em outro local, com outro lago, frutas, peixes e vida. Nunca vamos aprender a cuidar da terra e fixar nossos pés nela. Fomos criados assim, assim vamos criar, ou vamos destruir.
Quantos corpos você já usou para se salvar? Quantas naturezas você sugou, como hirudínea? E quantos bebês você desmamou antes dos dois anos? É que o passado e o presente são interligados sim, braço esquerdo, braço direito, o coração os une, veias os une, não feche seus olhos para isso, leitor.
Estratagemas.

2 comentários:

  1. Falar de morte nos mata. O poeticídio. Com isso, estamos mortos de alma e vivos de corpo.

    Sobre as atitudes dos homens, somos como na música dos Titãs: Homem primata, capitalismo selvagem.

    Gosto dos seus textos, sejam contos ou não, mas que sejam seus. <3

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  2. legal seu blog! gostei mesmo! parabéns! achei vc pelo orkut! comunidade divulga meu blog!
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