quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Feudo

    Cuidar do corpo nunca foi tão preciso e precioso, amontoamos perfumes franceses e esquecemos-nos de banhar diariamente nossas almas. Importamos maquiagens e como reboco cimentado desenhamos sorrisos de 24 horas e escondemos a idade.

Criamos deformidades!

     Malhamos até ficar com o corpo esculpido criando montanhas nos braços. Esquecemos de colocar nosso cérebro em uma esteira.
            Um corpo esculpido um cérebro entupido.

As modelos que passam na passarela não vendem só a roupa da grife italiana, vendem remédios, inibidores de fome e shakes diets, desfilam com seus vestidos em forma de comprimidos, última moda na UTI.
 
    Comparar um garoto pobre do Zimbábue, e uma garota rica de Milão. Os dois pesam o mesmo. Só que uma vomita. E outro come o vomito do chão.

Nunca foi tão difícil distinguir um nariz que respira de um  que “aspira”. E nunca foi tão fácil concordar com a corda que vai nos enforcar.

                  Temos escravizado nosso corpo para garantir uma silhueta no fim do dia.
Corrigimos falhas de ter nascido humanos, porque essas só são aceitas no caráter, falhas no corpo o espelho reflete.
              E no final reverenciamos o nosso Senhor bisturi de cada dia que nos tira hoje.

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